Liberdade ao Rafael, Estado Seletivo.






Rafael Braga Vieira, negro, 26 anos, catador de lixo no Rio de Janeiro.

  

Acusado de portar garrafas contendo líquidos inflamáveis, durante uma manifestação na Avenida Presidente Vargas no Centro do Rio de Janeiro, dia 20 de junho de 2013, Rafael Braga foi preso e condenado a quase 5 anos de reclusão. O laudo técnico apontou que os produtos eram capazes de provocar incêndio e oferecer perigo de morte, porém outro laudo emitido pelo Esquadrão Antibombas da Polícia Civil fluminense contradiz o primeiro.



 Trecho do laudo do Esquadrão Antibombas da polícia civil fluminense

A condenação e a manutenção da prisão tem como principal embasamento a presença de Etanol, porém Vieira portava uma garrafa de 'pinho sol' e outra de água sanitária a qual encontrou jogadas, quando foi abordado pelos policiais militares. Além disso, não houveram investigações mais profundas e os depoimentos dos dois policiais foram suficientes, entretanto, ponderando que se os mesmos assumissem a inviabilidade da prisão e constrangimento desnecessário sofreriam sanções, optaram por encarcerar um inocente.



Se não bastasse, Rafael Braga conseguiu em agosto de 2015 o benefício de responder pelo suposto crime em regime semi aberto e trabalhar meio expediente, de acordo com que foi proposto pelo grupo de advogados que também o ofereceram um emprego no próprio escritório, mas após a divulgação de uma foto a qual o próprio protestava contra o estado voltou para o regime fechado com punição de 10 dias na solitária.




Rafael é o retrato da criminalização, do abuso de autoridade e arbitrariedade do estado sobre os indivíduos comuns, especialmente pobres e negros.
O estado é seletivo e desenvolve perfeitamente o controle social em função da manutenção do capital, a polícia política expõe claramente as vísceras de um sistema falido, em declínio, putrefato e totalmente corrompido.


A opressão das ruas em detrimento da desconstrução das ideias elitistas é talvez a principal arma contra as informações cada vez mais presentes na vida do povo, por isso existe necessidade de nos mantermos sóbrios para lutarmos pela liberdade do povo.


O estado não pode ser o controlador das nossas vidas, não se pode delegar a liberdade individual e/ou coletiva ao estado que já nos aprisiona nas formas mais sutis.


Liberdade a Rafael Braga.

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